sábado, 14 de novembro de 2009

TODOS NÓS SOMOS CANINOS OU FELINOS

TODOS NÓS SOMOS CANINOS OU FELINOS

Pilar Casagrande

Observar o nosso meio é o melhor modo de poder interagir positivamente com ele, porém a nossa vida urbana transformou o meio de tal maneira, que tornou a vida animal "selvagem". Ao invés de natural, os únicos que se adaptaram ao "nosso habitat" foram os ratos, as baratas e os insetos. Portanto, sejam bem vindos à "civilização". De "amigos" restam-nos apenas os cães e os gatos.

Cães têm inúmeras qualidades e são fiéis, companheiros e brincalhões na maioria das vezes. É até interessante observar que na natureza, os lobos e outras espécies de caninos, vivem em grupos. Há uma "necessidade" de socialização inerente à espécie, por esse motivo vemos que a interação entre homem e cão serve a ambos.

Independente de ter ou não um cão, independente de gostar ou não de cães, existe uma grande semelhança de personalidade, pois podemos ver à personalidade "canina" em algumas pessoas: fidelidade, companheirismo, disposição para alegrar o ambiente. Até a grande necessidade de ser aceito pelo seu meio, mesmo demonstrando ser "raivoso" em algumas ocasiões. E, a necessidade de sempre seguir alguém.

Nos grupos, vários elementos seguem um líder e há sempre uma intensa disputa dessa liderança, de jovens contra mais velhos, porém estão sempre juntos porque precisam dessa referência e precisam ser aceitos, precisam pertencer à "sua matilha".

Muitas pessoas possuem essa necessidade de estar "de bem" com todos do seu meio. Mesmo que o preço disso seja a submissão. Como um cão que baixa a cabeça com o grito precisam sempre seguir porque não sabem andar sozinhos. Marcam seus territórios, protegem seu espaço, mas são eternamente subservientes a seu líder. Algumas pessoas existem apenas para isso. Quem se rebaixa demais não pode se queixar de um dia virar capacho. Até o cachorro é mais inteligente do que muita gente, pois eles rosnam até para seus donos quando preciso.

Gatos, onças, tigres, pumas, até o leão, felinos em geral têm, na principal marca de sua personalidade, a independência e não seguem nada nem ninguém, são desobedientes, debochados, cômicos na maioria das vezes, preguiçosos, folgados, e interesseiros. Um felino apenas se aproxima de outro por seu próprio interesse.

Felinos normalmente são solitários, seus territórios são imensos, pois ele não vê limites. Saem de casa e migram com grande facilidade, e não se prendem a lugares e pessoas. Não seguem grupos, unem-se apenas a seu par e fazem apenas o que querem. Caso sejam tolhidos de espaço, enlouquecem de tal maneira que, existem casos de gatos que saltaram do alto de prédios, tamanho o seu desespero.

Seu espaço é o mundo e o céu é o limite, qualquer coisa que sufoque sua vontade o faz reagir de modo violento. São dóceis e delicados com quem estimam e ignoram completamente a existência de qualquer outro que não lhes agrade. Vão buscar o que desejam, ignorando advertências; escala grandes alturas, arrisca-se em saltos perigosos, esgueira-se em pequenos vãos, corre a toda velocidade e coloca a vida constantemente em risco para atingir seus objetivos.

"Nós gatos já nascemos pobres, porém já nascemos livres..." Felinos são o que são porque são egocêntricos e seu mundo é ele mesmo e seu limite é o que ele acredita ser capaz.

Todos nós somos felinos ou caninos. Os arquétipos dos animais mais "humanos" de nosso mundo são muito semelhantes, às posturas que temos.

Creio não haver melhor ou pior, são diferentes e de personalidade completamente oposta. A submissão canina assumida por muitas pessoas é um limitador da capacidade latente que todos temos de evoluir. A independência felina de muitas pessoas; as levam, em muitas vezes, a emanar uma empáfia insuportável, que mais desagrada do que contribui com seu ambiente...

O ideal seria equilibrar a ambos, mas é certo, quem se reconhece em um, certamente não se reconhecerá em outro, pois ambos são seres distintos, e são exatamente o extremo oposto do outro.

Somos a "espécie superior" e somente nós temos condições de chegar a esse equilíbrio através de nossa própria consciência.

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