sábado, 14 de novembro de 2009

A SENSIBILIDADE D'ALMA REFLETE A BELEZA E A HARMONIA

A SENSIBILIDADE D'ALMA REFLETE A BELEZA E A HARMONIA

Pilar Casagrande

Beleza externa passa com o tempo, o que conta mesmo é o que há dentro de cada um, coisas simples como força, coragem, garra, luta e principalmente, a sensibilidade e a capacidade de doar amor.

É mais do que certo que realização profissional e conquistas materiais não são suficientes para fazer alguém feliz. A emoção sobrepõe-se a todas as outras conquistas. Ainda buscamos uma relação saudável, um companheiro para dividir cada momento da vida, alguém para trocar, acima de tudo, amor.

Quando listamos as qualidades que queremos encontrar nas pessoas com quem iremos nos relacionar vida afora, está lá a indispensável "sensibilidade". Queremos, e como queremos, que nosso namorado seja sensível e não um machista brucutu. Queremos que o patrão seja sensível e não um grosso. Queremos que nossa amiga seja sensível e não um dragão que cuspe fogo e passe por cima dos nossos sentimentos como um trator.

Encontrando sensibilidade já é meio-caminho andado para o entendimento. E sendo, nós mesmos, sensíveis, também é um filtro bem-vindo, pois é a sensibilidade que permite nossa comoção diante de um quadro, de uma música, de um amor que nos arrebata ou de uma perda irreversível. Admito que sinto uma certa inveja daquelas pessoas que são sensíveis, mas não se tornam vítimas da própria emoção. Porque sensibilidade demais esgota a gente.

Tem horas em que o filtro não filtra coisa nenhuma: permitindo que sejamos atingidos profundamente por coisas que mereceriam menos entrega. Cultivamos mágoas por coisas que nos aconteceram anos atrás e remoemos culpas que já foram mais que perdoadas e esquecidas, temos nosso sistema nervoso totalmente abalado porque alguém compreendeu mal nossas palavras, sofremos por questões insolúveis, e sofrer dá uma consistência à nossa vida, mas como cansa...

Às vezes me farto dos ideais que persigo e que, por serem ideais, nunca se concretizarão plenamente. A vida é defeituosa, imprevisível, nada é exatamente como a gente gostaria que fosse e sensibilidade é algo que faz a gente aceitar isso e ser feliz do mesmo jeito. Já sensibilidade demais dá nos nervos e fatiga a toa, e uma certa frieza nos faz andar mais rápido e não nos retém.

Como se mede, se pesa, se percebe a sensibilidade suficiente e a sensibilidade excessiva?

Sensibilidade suficiente refina você, lhe dá um foco na vida. Já a sensibilidade excessiva faz de você protagonista de um dramalhão mexicano. Temos escolha?

Não se escolhe, é o que se é. Os que são sensíveis na medida aproveitam a vida sem duras cobranças internas. Já a turma dos excessivos pega canetas, câmeras, pincéis, sapatilhas, instrumentos, e transforma o excesso em arte. Ou faz besteiras...

Cada um encontra onde colocar sua sensibilidade, uns com leveza, outros com pena de si mesmos. Os únicos que seguem não entendendo nada são os insensíveis...

Algumas pessoas podem dizer que isso não acontece com elas, são realizadas, têm um bom emprego ou negócio próprio. Mas, será que são felizes em sua relação afetiva? São correspondidas em seu amor? Devemos lembrar, que muitas vezes a imagem de alguém independente, livre, pode ser apenas superficial para proteger um lado emocional frágil e machucado.

Alguém que saiba reconhecer que além de um corpo ou rosto bonito, existe um ser humano com sentimentos, que chora, reclama, pede, espera, mas também acolhe, cuida, torce e deseja acima de tudo, troca. Afinal, somos capazes de parar seja o que for e lembrarmos de dar um telefonema só para que o outro se sinta importante. Somos capazes de, mesmo cansadas, lembrar de dar um abraço e perguntar como foi o dia, mesmo que o próprio tenha sido péssimo. É, somos capazes, acima de tudo, de ter amor próprio.

Por isso e muito mais é que temos que continuar demonstrando o que sentimos, sem negações, fugas ou culpas. Quando nós acreditarmos em nós, não permitiremos mais sonhos vazios, relações doentes, falta de respeito e amor...Nesse momento seremos capazes de nos amarmos e estaremos finalmente livres para amar e ser amada. Enfim, sermos felizes!

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