sábado, 14 de novembro de 2009

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Pilar Casagrande

Em primeiro lugar, parabéns para todas nós mulheres deste país. Afinal, hoje é o Dia Internacional da Mulher. Essa comemoração é no mínimo curiosa, porque todo dia é Dia da Mulher, pois que outro ser existe que cresce imaginando se multiplicar em mil, para realizar todos os sonhos e desejos dos demais seres ao seu redor?

Que outro produto da natureza é plausível de gerar vida através do amor, doando-se integral e incondicionalmente a esse amor, e ainda suportar todas as dores e dificuldades em nome desse sentimento?

Provem seu sabor de mãe, lembrando brigadeiro, sonho e macarronada domingueira. Seu gosto de proteção, de desvelo, de carinho interminável, de insone guerreira contra vírus e febres. Só a mulher tem a perfeita noção de perpetuação da espécie, da orientação das novas gerações e da responsabilidade assumida com o futuro.

Acredito que por esse motivo, cada oito de março que chega nos dá mostras de que a fatia "homem" da Humanidade vê, cada vez mais com os olhos do reconhecimento, o papel da mulher na sociedade. Cada vez mais as mulheres estão mostrando que filhos, marido, uma casa para cuidar e os eternos preconceitos não são barreiras intransponíveis para se atingir o sucesso profissional e a realização pessoal. Apesar de todas essas dificuldades e de todas as lutas que têm pela frente, hoje a força das mulheres organizadas, estão fazendo um mundo melhor!

À mulher, no seu dia internacional, não faltam elogios à mãe, carinhos e afagos à esposa, à namorada, e até a sogra. Sobram gestos de apreço à irmã, à amiga mais chegada e vem o reconhecimento à professora, à médica da família, à instrutora do catecismo...

No Dia Internacional da Mulher, dedicam-se preitos de admiração à enfermeira, à secretária, à atriz da novela, à atleta do basquete, à cantora, à escritora. Para muitos, bate forte n'alma recordações do ente mulher que já deixou o mundo dos vivos: saudade da esposa que já se foi, da filha precocemente falecida. Para certos mortais, paira a imagem da mulher que eles não conheceram: a que morreu de parto no seu nascimento. E ainda há o que busca em vão, homenagear a mãe que, por razões que não quer saber, deixou-o ainda bebê na mão de estranhos e desapareceu.

São muitas, justas e crescentes as homenagens que o homem, como indivíduo, tem prestado à mulher. Esse é um reconhecimento pessoal e todo seu, aos avanços e conquistas dela nos últimos tempos. No entanto, nesses "oito de março" todos, os meios de comunicação não têm seguido a postura desses indivíduos na homenagem à mulher e tampouco têm dado abrangência maior no enfoque das atividades femininas.

A cada Dia Internacional da Mulher, esses veículos apenas se preocupam em homenagear, destacar, tecer loas e descobrir predicados em mulheres empresárias, políticas, artistas, intelectuais, "socialites" e outras do mesmo naipe. Suas matérias contemplam geralmente nomes que aumentam a audiência. Quando não, focalizam clientes em potencial para suas publicações remuneradas.

Nenhum desses órgãos se lembra de homenagear a mulher que, identificada com a miséria exerce duplo papel na missão que o destino lhe reservou. Aquela que é ignorada pela mídia, desamparada pela assistência oficial e descartada pela população de posses, desempenha, a duras penas, as funções de pai e mãe ao mesmo tempo. E, não raro, de avó e avô.

Não precisamos avançar na procura para encontrar mulheres que são: mães solteiras, ou separadas, ou abandonadas pelo marido e que assumem com muito amor e responsabilidade as funções de pai e mãe. E as exercem com dignidade, fazendo jus ao respeito e apoio da Sociedade.

É para essa mulher esquecida, mas que tem duplo papel, o meu aceno, a minha homenagem!

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