sábado, 14 de novembro de 2009

NÃO QUERO FALAR DE NATAL COMO ANTES

NÃO QUERO FALAR DE NATAL COMO ANTES

Pilar Casagrande

Todos deveriam estar com o coração em festa para comemorar o aniversário daquele que deu a vida para que todos pudessem estar aqui e ser o que hoje são. Todos deveriam, mas muitos não podem, e mesmo que dentro deles a fé se avive muito mais nessa época, caminham de olhos baixos, não conseguem enxergar o Natal festivo que o mundo tenta vender...

Todos deveriam fazer dessa data uma data especial para comungar com as pessoas o amor tão grande que herdamos do Pai, sair distribuindo sorrisos com as mãos coalhadas de presentes, mimos aos seus, às crianças que não têm casa e uma mãe, aos que já não têm uma família para abraçar nesse dia, porém, eles não estão mais neles, não na mesma pessoa que passou o ano entre sorrisos apressados e uma carga grande trabalho, e ainda que não queiram se recolhem aos seus porões, lambem também as suas feridas, e, porque ainda são muito egoístas, eles têm as suas mazelas e ao invés de distribuir um pouco do que têm, castra-se na solidão, para olhar para o seu mundinho, que não é diferente dos que entre lágrimas anseiam sobreviver às comemorações...

Quando deveriam aprender a agradecer mais e pedir muito menos, aí se dão contas de que ainda não aprenderam a ser como gostariam de ser, ou como deveriam ser; vêem-se prostrados diante das suas necessidades sem se lembrarem de mostrar aos seus problemas que têm um Deus muito maior do que as adversidades que queiram lhes engolir...

Todos deveriam sair do seu pequeno mundo de Alice e pregar as Boas Novas; porque é isso que Deus espera que façamos.

Até quando vamos continuar desapontando o aniversariante?

Até quando Ele vai continuar depositando em nós a mesma confiança?

Até quando essa chama vai arder dentro de nós, e nós vamos continuar guardando só para nós?

Até quando vamos morrer em cada dia com esse amor entalado nas gargantas ao invés de distribuí-lo sem reservas às pessoas que carecem de um pedacinho dele, para se sentirem também amados como nós somos?

Mas, não quero falar de Natal como antes, como todos... Meus Natais são dias, são minutos, são glórias. Eu conto cada conto de Natal, cada segundo que fui feliz, cada pedaço de pão, cada oração.

Todos os meus dias são Natais, são festas, marco todo amigo que abraço, os que ficaram no passado, os novos que dia a dia começam a me conhecer.

Lembro de meu Primogênito e de meu Pai, é assim mesmo que escrevo, com letra maiúscula, pois são pessoas que não passaram, pois deixaram em mim partes suas, pedaços de seus ensinamentos, de suas alegrias, me ensinaram a sentir e a não julgar, o amor que aprendi não foram pedaços, é amor por inteiro...

Hoje quero parar, uma vez por ano faço uma oração, uma para alguém que nunca vi, não peço nada, não agradeço nada também, apenas faço uma oração, não uma convencional, nada decorada, nada que me ensinaram, mas uma que aprendi com a vida, com a minha e com as pessoas que me cercam pelos tantos caminhos que percorro e que ainda sigo.

Aos meus amigos não vou dar presentes, não vou dar nenhum abraço, não vou ligar e nem ao menos um cartão vou enviar, quero que se lembrem depois, como foi antes, durante todo este ano, como foi durante estes tantos anos que nos conhecemos, alguns menos outros mais, mas aqui todos juntos, não importam as datas.

Hoje é quase Natal e ainda somos pedaços de gente aprendizes de vida. Tento conservar tudo como está, ao seu gosto e como ELE desejou...

Mais 365 dias e vou continuar a seguir como sempre, respeitar as diferenças, sorrir mais, sorrir com o coração e não com os dentes, abraçar os amigos e cuidar mais dos inimigos se por acaso os tiver.

Senhor, não prometo mais e não vou pedir mais, tenho certeza do que posso, do que sou e do que poderei ser durante os próximos 365 dias de Natal...

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