CRIANDO A ILUSÓRIA IMPRESSÃO DE SERENIDADE
Pilar Casagrande
Chegamos a um dos maiores paradoxos de nossas vidas; seguir todo o seu desejo e instinto, vivendo uma vida de inúmeros transtornos seguidos, tendo que guerrear para conseguir ter o mínimo de seu ambiente, adaptar-se "socialmente" ao ambiente, escondendo-se em sucessivas mentiras, tentando enganar a si mesmo ao mesmo tempo em que vive enganando todos a sua volta, ou, tolher a manifestação dessa energia negativa correndo o risco de criar uma incurável doença a si mesmo... Cabe a cada um, achar um meio termo plausível para sobreviver a essas questões.
Temos muita tristeza acumulada dentro de nós; todos somos loucos, neuróticos, desequilibrados, desorientados e os piores entre nós são exatamente os que pensam ser lúcidos, criando a ilusória impressão de serenidade, que não passa de preconceito cristalizado das percepções do seu ambiente.
Você deve moldar o seu ambiente, só você tem capacidade para isso. Mas, a maioria das pessoas deixa-se ser amoldado pelo ambiente, adaptando-se a tudo, sendo apenas mais um da sua rua, do seu bairro e da sua cidade. Mais um, entre tantos insignificantes que vivem à nossa volta, e sequer sabemos o seu nome. Todos em sua pose, ostentando a empáfia de sua pequenez, exibindo-se ao público escondidos em suas posses materiais. Tudo isso, apenas para esconder o vazio de suas idéias, e a futilidade de suas emoções.
É fácil para mim, já mais do que (mal)criada, com a maioria dos meus preconceitos arraigados, com a vida definida, depois de ter ganhado meu espaço após muitos e muitos gritos; muitas e muitas brigas, e com uma razoável vivência sobre o mundo que me cerca.
Hoje vejo o que aconteceu com todos aqueles que me afetaram, e concluo que conseguiram muito pouco em todo esse tempo. Observo pessoas educadas e bem vestidas em seus carros lustrosos e bem lavados, com olhar de medo e um imenso vazio de idéias e sentimentos... Hoje vejo a conseqüência do veneno destilado das maledicências, nas inúmeras pessoas que já partiram "vítimas" de doenças terríveis.
Não há critérios e cada pessoa gosta daquilo que você desperta nela, apenas isso!
Gostar ou odiar alguém é subjetivo, você gosta ou odeia os sentimentos que uma pessoa é capaz de lhe provocar. Isso explica porque grandes amantes viram inimigos mortais.
A dualidade está em tudo, a começar por nossos sentimentos, pois uma pessoa que nos atraiu demais em outros tempos, hoje pode nos causar repugnância.
Ser calmo é manter o estado de calma e o oposto de estar nervoso, agitado, irritando ou stressado. Acho que apenas os cadáveres são calmos. Então, tolerar é o mesmo que suportar, calar, engolir, deixar pra lá. Mas, acontece que o deixa pra lá não resolve e você só saberá que está pisando no meu pé se eu te disser.
Não existe problema insolúvel, o que existe são dois modos de resolver as coisas, por bem ou por mal. Infelizmente a maioria das pessoas é muito ignorante e intransigente!
O caminho do entendimento ainda é o menos procurado e, muitos ainda querem resolver prejudicando as outras partes envolvidas; como se, sua vitória na vida, dependesse de derrubar o outro a qualquer custo. Mesmo que esse custo lhe traga mais transtornos do que ganhos.
A maioria das pessoas não busca a sua vitória e nem tampouco levantar a si mesmo, porque a maioria se despende a querer derrubar quem está em situação melhor. Se você está triste, ninguém irá se importar. Se você não tem nem o que comer, ninguém irá se importar. Mas se você estiver alegre e de bolso cheio, juntarão inúmeros parasitas a sua volta querendo sugar de você o que puderem.
A sua vida é problema seu, e ninguém está interessado em saber dos seus problemas... Boa ou ruim, depende da maneira como digerimos nossos sentimentos. Certo ou errado, depende da maneira como conseguimos enxergar a nossa vida, e quebrar nossos próprios preconceitos. Útil ou nocivo, depende do quanto acrescenta ou prejudica o TODO!
sábado, 14 de novembro de 2009
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