quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O IMPREVISTO É O TEMPERO DA VIDA

O IMPREVISTO É O TEMPERO DA VIDA
Pilar Casagrande

Ninguém é capaz de ensinar outra pessoa. Cada um é seu próprio professor. Descobri isso agora depois de mais de meio século. Já tive contato com dezenas de pessoas idosas e admirava a forma como algumas envelheciam com dignidade. Infelizmente, muitas vezes não percebemos os verdadeiros tesouros disponíveis no contato com pessoas experientes.

Claro que isso não é uma regra geral. Também existem idosos rabugentos e desagradáveis e até alguns especialistas em reclamar e ofender. Porém, para cada ser humano desagradável existe outro excepcional.

Como disse um poeta, “O porto é o lugar mais seguro para um barco, mas ele não foi feito para ficar lá, seu destino é navegar”.

Parece que retomei a inspiração poética! A palavra poeta vem do grego e significa “aquele que faz”. Comparar pessoas a barcos ou a vida a um desenho é típico da poesia.

Ela permite estabelecer semelhanças entre coisas diversas. Também possibilita ver a mesma situação por diferentes perspectivas.

Infelizmente este dom é pouco utilizado. É o motivo pelo qual pessoas tornam-se angustiadas e insatisfeitas.              

Há infinitas possibilidades. Somos nós que determinamos quantas e quais queremos ver.
É um poder que todos nós possuímos. Podemos usá-lo ou não.

Nossa capacidade de transformar o que vemos é à base de uma vida produtiva e repleta de bons momentos. Contudo, muitas pessoas não utilizam este poder. Enxergam apenas uma possibilidade e passa a vida reclamando de limitações que na realidade não existem.

Somos nós que rotulamos as situações de boas ou ruins, segundo as nossas crenças. A mesma situação pode ser encarada como boa por uma perspectiva e ruim por outra.

Temos de fazer como as plantas quando caírem porcarias sobre nós devemos transformá-las em adubo e usá-lo para crescermos ainda mais fortes.

Podemos transformar nossa vida apenas alterando a perspectiva pela qual encaramos nossos problemas. Convertendo situações aparentemente ruins em bom adubo.

Os alquimistas sempre buscaram métodos para transformar metais comuns em ouro, mas talvez a grande obra seja essa nossa capacidade de transformar as situações desfavoráveis em momentos preciosos, inspiradores e divertidos.

Sofremos porque caminhamos no sentido oposto ao natural. Nossos desejos são cada vez mais complexo e não percebemos que os momentos felizes são feitos de ingredientes simples. Olhar o mar, conversar com um amigo, assistir ao nascer e ao pôr do sol, fazer outra pessoa sorrir, ouvir o canto dos pássaros e até andar na chuva.

Levamos a vida como quem vai ficar nela para sempre. Não percebemos que estamos de passagem e cedo ou tarde iremos embora. Somos como aranhas construindo teias.

O problema é que estas teias nos imobilizam. Quanto mais nos agarramos, menos conseguimos usufruir da vida.

Com certeza a vida seria muito mais fácil se eu assumisse minha verdadeira condição de turista neste lindo planeta azul.

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